A economia verde e o papel do Brasil nos dias de hoje

 

Rubens Ricupero

por Samara Conze Figueiredo

Rubens Ricupero (01/03/1937) é jurista e diplomata brasileiro, que fez carreira de 1961 a 2004, além de exercer a atividade de economista. Já foi assessor internacional de Tancredo Neves, assessor especial do presidente José Sarney, embaixador dos Estados Unidos e representante permanente do Brasil junto aos órgãos da ONU sediados em Genebra.

Foi também ministro da Fazenda em 1994, quando houve a implantação do Plano Real, a fim de estabilizar a economia brasileira. Renunciou ao cargo em 06 de setembro do mesmo ano por conta do mal entendido caso do “Escândalo da parabólica”. Após este ocorrido, Senhor Ricupero foi nomeado embaixador do Brasil na Itália e em seguida secretário geral da UNCTAD – ONU. Deixou o cargo em 2004 quando se aposentou como diplomata.

Hoje em dia é diretor da Faculdade de Economia da FAAP e presidente do Instituto Fernand Braudel, que promove debates, publicações e pesquisas sobre problemas institucionais como política e economia, educação e segurança, relações internacionais e desenvolvimento econômico.

Com um currículo invejável deste jeito e uma cultura admirável, ninguém melhor para dar seu parecer em relação à questão sustentável dos próximos anos, uma vez que esta faz parte da atual agenda global e preocupa a todos, sendo necessário um parecer dos Estados.

1. Quais são suas perspectivas para a COP 16 em Cancun que começou no último dia 29/11?

Ricupero: Espero tão pouco de Cancun que qualquer coisa que sair acabará sendo provavelmente uma boa surpresa, porque as expectativas baixaram muito de nível depois de Copenhagen, que foi um grande desapontamento, e o que aconteceu depois, agravou as condições. A vitória dos republicanos nas eleições parlamentares dos Estados Unidos torna mais remota a possibilidade de um acordo no Congresso americano, portanto o Obama que já não havia conseguido avançar, agora vai ter mais dificuldades ainda. As relações entre os EUA e a China que era uma chave para se avançar nesse campo, pioraram em muitos campos, em economia, em programas políticos, deste modo também ai a situação de como é grave. O G20 que se esperava que pudesse ter uma contribuição na área ambiental, agora está tendo dificuldades de se entender até na área econômica, então os prognósticos não são bons, tudo indica que o modelo do protocolo de Kyoto e o modelo das negociações, da COP está se esgotando, porque a tempos que ele não consegue mais produzir efeitos. O que eu quero dizer com isso é que um modelo de Kyoto é aquele das obrigações, cobráveis, obrigações legais, apenas para os países do anexo 1, dos países ricos, a posição do Brasil e dos países em desenvolvimento é continuar a insistir que esta reunião deveria tratar da prorrogação para segunda fase do acordo de Kyoto, mas já disseram claramente alguns como Canadá e Japão, que isso é inaceitável, já os EUA nunca aderiu ao protocolo de Kyoto, agora menos provável ainda que vá aderir, ou seja, apenas o apoio da União Européia não vai ser suficiente para que isso se mantenha, é muito claro que sem alguma obrigação da parte da China, da Índia, do Brasil, os americanos não vão se mover, e por outro lado, até  então o modelo das negociações era esse, de querer ter um grande acordo que englobasse todas as questões, agora há uma tendência de procurar um caminho talvez mais realista e dividir as questões e ter por exemplo uma abordagem específica, para florestas, outra para energia, para a questão financeira, tecnologia, enfim, espera-se que talvez isso seja mais produtivo, porque poderá produzir avanços nos setores em que é mais fácil ter acordos, ao invés de ter aquele objetivo muito ambicioso para um grande acordo que englobe tudo. Então provavelmente isso é o que vai ficar cada vez mais claro nessa reunião de Cancun.

2. Como o senhor vê a evolução da demanda pelo “verde” no Brasil e no mundo? O Brasil está preparado para esta mudança?

Ricupero: Essa evolução continua porque mesmo na ausência de um acordo, é claro que um grande acordo aceleraria isso, mas mesmo na ausência, cada vez mais a consciência da necessidade da economia verde passou a se generalizar, sob tudo nos países mais avançados, e hoje mesmo no Brasil a gente vê a Bolsa de Valores, que tem o índice de sustentabilidade, as empresas estão comprometidas com isso, então, essa demanda vai continuar a crescer. O Brasil está preparado em partes, porque uma das demandas vai ser na questão do etanol, do bicombustível. O país se encontra preparado no sentido de que ele conseguiu desenvolver melhor combustível do ponto de vista de contribuição ambiental e ele não está preparado porque a demanda vai ser muito grande e o Brasil não tem excedentes para exportar, como a maior parte do etanol é consumido no país mesmo, vai ser difícil, a não ser que ocorra uma expansão da produção nos próximos anos. Esta é a única área em que eu vejo que o Brasil está de fato preparado, nas outras, de tecnologia, sobre meio ambiente, o país está muito atrasado, comparado a China, por exemplo, que investe o dobro dos EUA nesta área, então o Brasil muita pouca coisa tem feito. A resposta é de que o país está em parte preparado.

3. O grande problema para a implementação de novas fontes de energias renováveis é a pressão da indústria petrolífera. Existe também uma pressão das elites que são beneficiadas pelos subsídios do governo, como no caso da Índia, onde o querosene é subsidiado. Quais medidas podem ser tomadas para estimular a prática de fontes de energias renováveis?

R: A verdade é que esta resistência vai existir sempre em alguns países, em que as condições não estão muito propicias à energia renovável, um exemplo disto é a Venezuela que como um grande produtor de petróleo, mantém artificialmente baixo o preço da gasolina, lá qualquer pessoa pode encher o tanque com uma quantia que equivale a 1 real, e é muito difícil imaginar que isto vá mudar, pois eles tem muito petróleo e não tem outra alternativa. Em países como este, é o caso também do subsidio do querosene da Índia, a evolução vai ser mais lenta, então não se pode imaginar que isso vá gerar um desenvolvimento uniforme em todos os países. No entanto, nos países que tem uma consciência ambiental mais forte, já está havendo medidas muito fortes para favorecer a implantação da energia eólica, dos ventos, na Alemanha, Dinamarca, Inglaterra, e também de energia solar, na França, por exemplo. No caso da Itália, está se fazendo com grandes benefícios que o governo fornece, como financiamento, praticamente a custo zero, que garante um preço alto na compra da energia, impostos baixos, então estas medidas todas de créditos, impostos, e compra da energia pelo governo, daqueles que aceitam esta proposta beneficia a todos de uma forma geral. Depende da disposição de cada país, para oferecer compensações, porque como no momento atual, não há ainda um preço, uma espécie de taxa sobre o carbono, o que precisa haver são incentivos, porque se houvesse uma taxa sobre o carbono, ia ficar patente que a vantagem do petróleo e do carvão, é uma falsa vantagem, pois a vantagem que eles tem de preço, é que eles não pagam a poluição que estão criando, no entanto, se eles fossem obrigados a pagar pelas conseqüências que estão produzindo, a competição das outras fontes limpas seria vantajosa, mas como não há ainda esse acordo, tem que se esperar por estes incentivos.

4. No caso de Bangladesh, as tarifas feed-in foram implantadas com sucesso através de financiamento do Banco Greminh. O sistema brasileiro está preparado para introduzir alguma medida semelhante?

R: A esta altura sim, o Brasil se encontra preparado, pois começa a desenvolver bem esta parte do micro crédito, o governo tem apoiado muito, a meu ver, isto dependeria mais de uma ação, coordenação de uma política no âmbito federal, mas acredito que já atingimos um nível de micro crédito, de consciência para problemas ambientais, depende de como o próximo governo vai encarar esta questão.

5. Na reunião do Banco Mundial e do FMI deste ano, ocorreu um painel que tratou sobre a economia verde. Nele, os interventores palestrantes falaram que o principal motivo pelo qual não implantam o modelo verde, é por conta de capital político. Como o senhor analisa este capital em âmbito mundial e nacional?

R: É verdade, pois as divergências não são científicas ou econômicas, elas são políticas, e estas divergências políticas exprimem interesses econômicos, como no caso do combustível, citado acima. Pois, por exemplo, o Congresso americano sempre resistiu à adoção de políticas mais avançadas, porque ele reflete o interesse dos Estados que tem minas de carvão, portanto, da indústria carbonífera, reflete os interesses da indústria do petróleo, pois estas coisas não se podem separar. O capital político que ele se refere, na verdade está muito ligado aos interesses econômicos e os que querem a mudança, as vezes não conseguem ter força o suficiente para vencer esta resistência. Ou seja, por causa desta razão que ainda não houve uma evolução política suficiente, tanto assim, que há países em que isso avançou, em que já há partidos verdes, em que os próprios partidos majoritários foram obrigados a mudar o seu programa, isso porque a opinião publica, o eleitorado passou a ser mais favorável ao meio ambiente, então é verdade que para poder avançar, a gente tem que mudar a própria substância da posição política.

6. Como o senhor avalia uma inversão de valores no caso de consumo sustentável, ou seja, ao invés de as pessoas consumirem menos, acabam consumindo mais pelo fato das embalagens serem recicláveis, e isto se dá por conta das grandes empresas incentivarem a utilização destes produtos.

R: É impossível imaginar que eles vão dizer não consuma, pois é a lógica deles, no entanto, o importante é mudar a cabeça das pessoas, porque eu acho que as duas coisas são importantes, a reciclagem é boa, o esforço que eles fazem a favor da reciclagem deve ser aplaudido, porque todo apoio é bom. Mas nós temos dois problemas, um problema é a questão dos resíduos, o ideal seria que as embalagens fossem todas recicláveis, que uma parte grande não ficasse na natureza, então o bom é que estas empresas grandes também apóiam, já outro problema, é mudar o modelo de consumo, de desenvolvimento, que devemos fazer esforço sem esperar apoio destas grandes empresas, tem que ser de outra forma, porque não há duvida nenhuma que uma das linhas principais da solução ambiental, tem que ser a mudança da maneira como vivemos e consumimos. Cada vez mais temos que mostrar as pessoas que é perfeitamente possível ser feliz com muito mais frugalidade, com sentido de moderação, que esta idéia de “enough is never enough” não é correta. Isto é um pouco como os princípios morais, a gente tem que convencer todo mundo que isto leva a uma vida melhor, mas você não vai esperar que vão ser os interesses econômicos que vão nos apoiar nesta campanha, é preciso separar as coisas. A gente tem que ser realista de ter o apoio deles naquilo que é possível, no caso da reciclagem eu acho bom, mas imaginar que eles vão querer a diminuição do consumo, já não se pode dizer. Vai mudando pouco a pouco os hábitos, conforme se cria o mercado e a demanda.

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Na sombra de uma árvore…

postado por Jéssika Bertani

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Salvação para o lixo eletrônico?

por Juliana Romano e Marcia Jansen

Os desastres causados pelo lixo eletrônico são gigantescos. Alguns exemplos são: contaminação do solo e prejuízos a agricultura, dos lençóis subterrâneos de água, além de também afetarem as crianças e adultos que trabalham nos lixões em busca de materiais que possam ser vendidos, em resumo, esse lixo é a mais um dos fatores que contribuem para a poluição do nosso meio ambiente.

Na época em que vivemos, há uma discussão enorme sobre a responsabilidade ambiental, não somente das pessoas como principalmente das empresas. Nessa perspectiva encontra-se o InovaCOMM, um evento tecnológico de negócios em que há interação e troca de informações.

InovaCOMM é liderado pela empresária Marcya Machado, que tem como um dos objetivos conscientizar as empresas sobre os males causados por esses detritos. “O lixo eletrônico não tem mais volta. O que podemos fazer agora para tentar melhorar é uma conscientização dos países com a atual situação”, disse a empresária.

“O evento tem um enfoque, também, de divulgação em massa sobre o lixo. Os veículos de mídia podem chamar a atenção da população para que ela se informe. Para que isso aconteça, primeiro terá que haver uma conscientização das empresas, como as agências bancárias, para que possam repassar a mensagem à população”. Segundo Marcya, uma solução possível para que haja o controle da poluição desse lixo é uma parceria das empresas com o governo, para que as pessoas possam ter um lugar específico para se desfazer dos aparelhos sem prejudicar o meio ambiente, como as coletas em bairro. Pilhas, baterias e equipamentos de informática têm um lugar específico para serem jogados, contudo não são todos que sabem disso ou que procuram se informar sobre isso.

Uma empresa em Garça, no interior de São Paulo, recolheu mais de meia tonelada de lixo eletrônico, que irá ser entregue no evento para reciclagem. A empresária espera que a bandeira por uma conscientização da reciclagem seja carregada para o mundo.

No entanto, a coleta de lixo não acontece no mundo inteiro de maneira precária como no nosso país, em que os detritos são despejados em lixões, ou aterros sanitários, sem a menor preocupação com o ambiente. “Em outros países o sistema de coleta de lixo é especializado, o que não acontece em nosso país. Ocorrendo assim, uma poluição dos nossos lençóis freáticos e a deterioração do meio ambiente”, disse a empresária.

Marcya explicou rapidamente como se recicla o lixo eletrônico. Começa pela desmontagem dos aparelhos e segue com a separação dos materiais. Depois há uma análise de quais materiais poderão ser reutilizados, como por exemplo o cobre. O que sobra é destruído, transformado em pó. Um ponto interessante do projeto de Marcya é que o lixo recolhido vai ser totalmente reciclado em nosso país, ajudando na criação de novos empregos.

*Trabalho Final

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Luxo, não lixo

por Marcia Jansen e Stephanie Stupello

As ecojóias são artigos produzidos pela mistura de gemas e metais preciosos com material orgânico (como madeira, fibras de arumã,ou casca de pupunheira). Essas jóias são exclusivamente artesanais.

No Pará, o governo estadual teve a idéia de treinar ourives e designers para trabalharem na criação de peças com o intuito de valorizar a cultura amazônica e o ambiente.

Designer começa desenhando o projeto da peça

A criação de uma biojóia, como também pode ser chamada, funciona da seguinte maneira: primeiro o designer desenha o modelo e especifica os materiais que vão ser usados. Aí entram os artesões, que lapidam as pedras obtidas pela extração do silício de plantas amazônicas. Os ourives precisam ter conhecimento especializado para trabalhar os metais e pedras em harmonia com o material orgânico, pois o processo é muito mais delicado do que em materiais de metal que estamos acostumados.

Após o polimento, a biojóia está pronta para ser usada!

Biojóia pronta!


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Sustentabilidade é transformada em negócio rentável (trabalho final)

Por Marcia Saraiva/ Fernanda Sakaragui/Jéssika Bertani

Diversas empresas tem aderido ao mercado de cosméticos sustentáveis para abranger e criar um consumidor consciente. Com suas políticas em prol da natureza, o lucro vem não só para o meio ambiente, mas também se tornou um negócio lucrativo.

Lilian Roquetti Gerdes, é empresária e acaba de abrir uma loja em Santo André especializada em produtos reciclados. Seguindo uma política ecologicamente correta, a Icí Beleza Orgânica vende joias, acessórios, bolsas e calçados que surgiram de lonas de caminhão, sementes, pneus, folhas de plantas, piaçava e restos de madeiras, além de cosméticos com até 100% de ingredientes orgânicos, obtidos de forma sustentável e com certificação de institutos nacionais e internacionais, como o IBD e a Ecocert. “Nossos produtos não usam ingredientes de origem animal e não são testados em animais”, esclarece Lilian. “Icí para os índios caiapós do sul significa semente e foi com esta finalidade que criei o espaço, a fim de mostrar que é possível gerar negócios a partir de materiais recicláveis, que, ao invés de poluírem a natureza, podem ser transformados em lindas peças.”, explica a empreendedora.

Aberta a apenas um mês, a loja recebe clientes da badalada Capital, algumas ecojoias já até apareceram na novela “Ti-ti-ti”, da Rede Globo”. Em entrevista, a empresária conta o que pensa sobre os negócios sustentáveis.

De onde surgiu a idéia de abrir um negócio sustentável?

Surgiu primeiro de uma consciência interna própria das questões ambientais e animais, gerando uma necessidade de ação. Meu marido e eu gostamos muito de viajar e daí veio também o meu gosto por artesanato e modo de vida da comunidade. Fui descobrindo talentos e dificuldades de pessoas que querem fazer e mostrar seus trabalhos, mas não tem condições ou até vontade de sair de sua terra. Percebi, também, que a grande maioria desses artesãos aproveitava o que a natureza oferecia de forma não destrutiva, com consciência de manejo da terra e de seus recursos.

Por que investir em cosméticos orgânicos, ecojoias e biojoias?

As ecojoias e biojoias vieram da minha formação acadêmica em Artes Plásticas e posteriormente em Joalheria. O gosto por acessórios me trouxe a vontade de aliar beleza e sustentabilidade, prestigiando cooperativas de artesãos e indígenas, e ainda designers brasileiras que tem algum tipo de trabalho social aliado.

Com relação aos orgânicos, faço um trabalho voluntário com animais de rua há mais de 20 anos. Vivenciei inúmeras histórias tristes e acompanhei várias lutas individuais e coletivas (associações e ongs) contra vivisseção (uso de animais em faculdades, geralmente de forma cruel), interdição de abatedouros e alteração na forma de abate, liminares contra rodeios (onde o uso do sedem é torturante), animais em circos e testes em animas, eutanásia nos Centros de Controle de Zoonoses, campanhas e mutirões de castração de animais de rua ou de donos carentes, trabalho de conscientização desses “donos”,… Enfim, tudo isso me levou a ser vegetariana e a boicotar empresas que ainda testam em animais, além de utilizarem substâncias de origem animal ou sintética, trabalharem com grandes latifúndios, mão-de-obra escrava ou infantil. Para tanto, contei com muita pesquisa nos locais e informações de instituições confiáveis como PETA, PEA, VEDDAS, etc, onde qualquer pessoa pode ver e ter consciência do que é feito com os animais e o meio ambiente. Além de listas atualizadas das empresas que testam ou não seus produtos em animais.

Quais são os consumidores que pretende atingir? Há muita procura pelos produtos sustentáveis?

A procura é muito boa. A minha intenção se concentra em divulgar esse conceito e levá-lo para o dia-a-dia das pessoas que não estão acostumadas a pensar em toda a responsabilidade que existe por trás de uma compra. Os que já conhecem, já compram e quem não conhece, tem uma agradável surpresa. Tenho obtido retorno de clientes que não usavam maquiagem há mais de 10 anos, não podiam nem lavar o rosto com um sabonete, apenas água, pessoas com vários problemas no couro cabeludo, erupções cutâneas pelo uso excessivo de química ou outros motivos de saúde e que obtiveram melhoras rápidas com os produtos orgânicos.

 

Como saber quais produtos sustentáveis e reciclados são confiáveis?

Existem vários selos de certificação que são obrigatórios nestes produtos, como por exemplo: IBD (nacional), ECOCERT (francês), USDA, Vegano. Cruelty Free, etc. Estas instituições fazem o controle periódico dos fornecedores e fabricantes.

O que você acha dessa nova moda de usar produtos, roupas e acessórios sustentáveis? Você acha que essa onda pega?

Eu não acredito em moda, acredito em mudança de atitude, ética, qualidade de valores e princípios. Ainda não há moda sustentável e ambientalmente correta para todos os gostos. A grande maioria dos calçados, por exemplo, ainda são de algum tipo de couro animal.

E ainda existe a pessoa que se utilize da “onda verde” para ganhar dinheiro e enganar o consumidor desatento que não tem informação dos selos.

Você acha que a procura dos produtos é maior pelo fato de serem sustentáveis e ajudarem ao meio ambiente?

Sim e não, pois as peças são belíssimas e originais. Muitas pessoas querem ajudar, serem corretas, fazerem a sua parte nessa história, mas não sabem como (além do básico de separar lixo, não disperdiçar água, …). A consciência de estar fazendo algo que ajuda uma comunidade, que por sua vez, protege o meio ambiente, pois daí vem seu sustento, unindo a beleza das peças e originalidade, acaba agregando muito mais valor ao presente ou à compra.

Você acha que a utilização dos produtos e acessórios sustentáveis irá fazer grande diferença ao meio ambiente?

A partir do momento que este material já não vai mais para a natureza para levar anos ou séculos para se decompor, já vale a iniciativa.

Financeiramente, compensa produzir produtos sustentáveis?

O custo é maior, porque todas as etapas da produção têm de ser corretas. A lona de caminhão para ser reciclada tem uma lavagem sem química e esta água volta a ser tratada para novo uso, não vai parar no esgoto ou qualquer outro descarte clandestino. Isso encarece o negócio.

Algumas empresas têm usado como publicidade o fato de serem sustentáveis. O que você acha dessa estratégia de marketing?

Desde que seja verdade e transmitido com verdade, funciona sim.

Em sua opinião, os cidadãos brasileiros estão mais conscientes em relação aos problemas causados ao meio ambiente?

De maneira geral, sim. Mas ainda falta muito trabalho de educação e responsabilidade.

Em minhas pesquisas acabei percebendo que grandes partes das empresas têm aderido ao movimento sustentável. Você acha que isso se deve a procura do público, aceitação, consciência das empresas ou a rentabilidade?

Acho que tem mais a ver com a imagem da empresa perante o público, em primeiro lugar. É uma medida “simpática” e necessária para estar dentro do contexto atual e da mídia. O problema maior é até que ponto é real ou não. E, não sendo real, a empresa se queima feio!

A loja está localizada na rua Coronel Ortiz, 649-A – Vila Assunção – Santo André – Fone: (11) 4316-3285 / 4316-7439

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Entrevista com a cicloativista Renata Falzoni

Por Caio Carrieri

* Trabalho final

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O fim das sacolas de plástico?

Por Laura Cantal e Luciana Fadon

Úteis, porém danosas ao meio ambiente. As sacolinhas plásticas – aquelas que pegamos sempre que vamos ao supermercado – estão na mira de vários projetos de lei (principalmente ligados com a Política Nacional de Resíduos Sólidos), da sociedade e até de estabelecimentos que até pouco tempo “davam” as tais sacolinhas em enormes quantidades a todos os seus clientes.

Muito usadas, em grande número e, na maioria das vezes, apenas uma vez – principalmente como saco de lixo (propósito para o qual não é fabricada), as sacolinhas já viraram parte da “paisagem” brasileira. Estima-se que se utilizam no país 35 mil unidades de sacolas por minuto e 2 milhões por hora. Conheça um pouco das medidas sendo tomadas em relações a elas pelo Brasil e pelo mundo e formas criativas de reutilizar as sacolas plásticas que podem demorar até 100 anos para desaparecer na natureza.

O começo no Rio de Janeiro

Uma polêmica lei aprovada pelo Rio de Janeiro pôs em xeque as sacolinhas de plástico usadas para embalar compras no supermercado. A Lei das Sacolas Plásticas entrou em vigor em julho deste ano no estado e determina a substituição por bolsas reutilizáveis nos supermercados.

A Lei 5.502/09, de autoria do deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc (PT), não proíbe as sacolas plásticas, mas estimula a redução gradativa do seu uso nos estabelecimentos.

Quem ainda está em desacordo com a lei deverá, a partir de sexta, optar por uma das três obrigações da lei: fornecer bolsas reutilizáveis; dar desconto de três centavos a cada cinco produtos comprados sem o uso de sacola plástica ou trocar 50 bolsas desse tipo por 1 kg de alimento da cesta básica. As lojas ainda estão obrigadas a afixar cartazes informativos. O descumprimento dessas premissas pode gerar multa de até R$ 20 mil. A maioria dos estabelecimentos passou a cobrar os três centavos pela sacolinha ou dar descontos que não a usarem.

Primeiramente alguns apontaram que haveria repasse de custos para o consumidor, entretanto, ao analisarmos o projeto, percebe-se que na verdade o que ocorre é o inverso: a parcela do custo que deixa de ser repassada ao consumidor  também representa uma economia para os estabelecimentos.

A medida foi criticada por alguns políticos e pelo Sindicato da Indústria de Material Plástico do Rio, que estimou que 4 mil trabalhadores no estado possam ficar desempregados com a lei.

O atraso de São Paulo

O projeto de lei que estabelecia prazo até 2014 para o fim das sacolas plásticas no comércio da capital paulista ainda encontra barreiras. O projeto, que deveria ter sido aprovado agora em novembro, foi adiado para o ano que vem.  A proposta é do líder PSDB, Carlos Alberto Bezerra Júnior.

Segundo o projeto, todas as redes de supermercado com mais de 20 lojas teriam seis meses para proibirem a distribuição gratuita das sacolinhas, prazo muito curto, segundo a oposição, que acabou adiando a votação.  As redes com 10 a 19 lojas teriam um ano para entrar em vigor, prazo que se estenderia para dois anos no caso daquelas com menos de 10 lojas. O prazo para as feiras livres vai até quatro anos. Os comerciantes que não se adequarem no projeto teriam que pagar multa.

Um novo projeto substitutivo pode ser analisado no ano que vem em conjunto com o original para determinar como seria feita a redução do uso das sacolas.

Durante o período de transição, São Paulo pode adotar o sistema utilizado com sucesso no Rio, oferecendo desconto de R$0,03 a cada cinco itens adquiridos pelos consumidores, se eles dispensarem o uso de sacolas de plástico.

Há redes que já cobram por elas. Nos supermercados Assaí, as embalagens custam R$ 0,12.

O exemplo de Jundiaí

Em Jundiaí, no interior de São Paulo, os supermercados já cobram pela pelas sacolas plásticas desde agosto. O projeto, criado em conjunto pela Associação Paulista de Supermercados (Apas), a prefeitura local e os supermercados, prevê a cobrança de R$0,19 por unidade e tem como objetivo evitar que 60 toneladas mensais de plástico sejam jogadas no lixo. Entretanto, a medida não prevê multa para os comerciantes que não aderirem.

A prefeitura estima que 95% dos comerciantes já aderiram ao projeto, desde grandes redes até mercados de bairro.

Na cidade, as sacolas dos supermercados deixaram de apresentar o logo do estabelecimento e agora circulam com a marca da campanha. Sacolas reutilizáveis de tecido sintético, oficiais do projeto, estão sendo vendidas a R$1,50, além das sacolas de pano e algodão que os próprios supermercados vendem.

A iniciativa dos supermercados

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) pretende reduzir em 40% o uso de sacolas plásticas até 2015, segundo anúncio feito na semana passada, como parte do Plano Abras de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS). Até 2013, a associação espera reduzir a utilização de sacolas em 30%.

A Abras, com o apoio de organizações não governamentais pretende criar o Manual de Ações de Boas Práticas, como uma maneira de conscientizar funcionários e consumidores sobre os benefícios da redução do uso das sacolinhas plásticas e com intuito de alcançar todas as empresas do setor.

O projeto também quer incentivar a reciclagem de resíduos sólidos e utilizar equipamentos para redução do uso dos gases causadores do efeito estufa, além de criar um “Manual da Loja Verde”.

A polêmica “oxibio”

Apresentada como sacolinhas mais corretas, as oxibiodegradáveis – que se degradam mais rapidamente que as comuns, principalmente quando expostas ao sol – foram adotadas por diversas lojas no país. Feitas a partir de resíduos de combustíveis fósseis, assim como as normais, elas recebem um aditivo químico que acelera sua decomposição. A sacolinha, segundo a empresa RES Brasil, produtora do aditivo, já é encontrada em quase um quinto das sacolas nacionais, e está em outros diversos países.

Entretanto, a sacola, que leva três meses para desaparecer se exposta ao sol e 18 se estiver guardada dentro de casa, e que se transformaria em água, CO2 e biomassa neste período, vem sofrendo críticas de organizações e até da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e o Ministério do Meio Ambiente (MMA)

O problema seria a real decomposição do produto. O que ocorreria na verdade, é uma fragmentação do plástico com aditivo em pedaços menores, mas ainda sim prejudiciais ao meio ambiente ao se depositar nos rios e engeridos por animais marinhos. A diferença, então, entre o saco normal e o oxibiodegradável seria apenas o tamanho do resíduo deixado – não ser visível não deixa de ser danoso.

Sacola oxibiodegradável

Problema mundial

Projetos que tentam incentivar o não uso dos sacos plásticos já são velhos conhecidos dos europeus. Todos os mercados dos países da União Européia cobram entre 0,20 e 0,40 centavos de euros por sacola. Além da cobrança, os sacos europeus são grandes e feitos com um plástico reforçado, resistindo produtos pesados e possibilitando sua reutilização por diversas vezes. Além disso, as sacolas podem ser recicladas após o final de sua vida útil, já que a grande maioria é feita com material 100% reciclável.

Já na China, a distribuição gratuita de sacolinhas plásticas foi proibida em 2008. No Japão, é muito difícil de encontrar consumidores que utilizem sacolas plásticas em suas compras, preferindo as de pano ou as reutilizáveis.

Alternativas brasileiras

Das pequenas cidades vem o maior exemplo de como é possível fazer compras sem utilizar sacolas plásticas. O uso de carrinhos de lona – aqueles antigos, que eram muito utilizados nas feiras – são ainda largamente usados.

Sacolas reutilizáveis, de tecido sintético, algodão ou lona, já começam a ser vistas nas grandes cidades. Algumas, com estampas e vendidas em lojas e grifes também já lançaram suas próprias “bolsas de compra ecologicamente corretas”.

Muitos também passaram a utilizar engradados e caixas de papelão para carregar suas compras.

O Lixo que é Luxo

Sacolas de plástico podem ser fashion. É o que mostra a Maria Lixo, grife que utiliza sacos plásticos na confecção de bolsas, carteiras, cintos e acessórios. Coloridas e descoladas, as peças, únicas e feitas a mão, fazem tanto sucesso que para visitar a loja precisa até marcar hora para visitar o pequeno atelié-loja na Vila Madalena. Veja aqui o Flicker da loja.

Bolsa da Maria Lixo, feita com sacolas plásticas

Outro modelo de bolsa da Maria Lixo

*Trabalho final

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Banco eco-friendly

Por: Tamara Serantes

A nova opção na internet banking que vem sendo aderida por muitos bancos  é a geração de um PDFPNG ou texto para confirmar pagamentos e transferências. No site do Banco do Brasil, você já pode conferir a novidade. A vantagem é que antigamente, para os internautas mais conscientes, para salvar em PDF o comprovante você deveria baixar um programa específico, agora o Banco do Brasil facilitou o processo. Em pequenas coisas economizamos muito,  parabéns pela iniciativa do banco.

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Ação Social: uma classe para todos

Por: Tamara Serantes

Este ano o prêmio Planeta Casa 2010, teve mais de 300 inscritos nas seis catagorias, e houve um vencedor que se destacou mais do que todos naquela noite, José Dias Campos. O paraíbano é economista, vindo de uma família humilde, foi o “alguém” que pensou em ajudar sua comunidade a superar os problemas e foi o que ele fez. Com o projeto “Convivência com a realidade semi-árida”,  José criou uma alternativa para solucionar a seca no nordeste, através de sisternas que captavam água das chuvas. Com isso, mais de 5 mil famílias não sofrem mais com o problema da seca e falta de alimentos.

Veja a entrevista completa com José Dias Campos e outros vencedores do prêmio:

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Docoração reusável

Por: Tamara Serantes

Em janeiro deste ano, a Plaza de Minitriles, em Madrid ( Espanha), foi tomada por uma belíssima imagem que caberia em um filme de romance ou até mesmo em uma festa comemorativa. Cerca de 400 gaiolas douradas com lâmpadas interiores, foram penduradas em cima da praça, os moradores deixaram dentro de cada gaiola parte de suas lembranças da vida. O coletivo de artistas do Luzinterruptus, conhecidos por fazerem intervenções em espaços públicos usando luzes, foram os mentores da idéia. “Recuerdo enjaulados”, tinha como objetivo envolver parte significativa daqueles que moravam ali, e ao final as gaiolas seriam devolvidas a cada um de seus colaboradores, que dariam a ela uma finalidade alternativa: virariam vasos de flores, abujures, enfeites etc
Saiba mais sobre a arte do grupo em: http://luzinterruptus1.blogspot.com

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